SincerAidade
compassos de passos traçados, aqui e ali...
segunda-feira, 21 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
sexta-feira, 26 de março de 2010
Os dois mundos nos meus dedos tornam-se mais e mais iguais...
Mata-me a sede essa voz
Que se entrenha como nós num tempo de sagas fatais
Reconto a história sem vértices, numa analepse perfeita trazida de além mar
N´areia branca descanso
nos segundos de um dia em que tudo se trancende ainda mais
Se há rochas soltas na falésia...
nao me intimida a queda que se diz tão real
Tenho em mim asas de ti
que sustentam o meu medo, saturado pelo sal
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Composição: Mafalda Veiga
É muito tempo a desejar o tempo
De mudar ventos, levantar marés
É muita vida a desejar o alento
Que faz saber ao certo quem és
É funda a toca onde te escondes tanto
Tem a distância entre o silêncio e a voz
A vida rasga bocadinhos gastos do mundo
Vai descascando até chegar a nós
E tu que sabes tanto de mim
Tu que sentes quem eu sou
Dá-me o teu corpo como ponte que me salve
Do que o medo fechou
São muitos dias a perder em vão
Sem nunca entrar dentro do labirinto
É muita vida a não ser o que tu sentes
A planar sobre o que eu sinto
É quase noite, não te escondas mais
Vai desatando até entrar o ar
Dá-me um gesto que me diga o teu fundo
Uma palavra para te tocar
Tu que sabes tanto de mim
Tu que sentes quem eu sou
Dá-me o teu corpo como ponte que me salve
Do que o medo fechou
Tu que sabes tanto do sol
És uma espécie de outra margem de mim
Olha-me dentro como chão que me agarre
Pode ser esta noite quente
A estrada aberta mesmo à nossa frente
E tu e eu a descobrir o ar
Não é preciso correr
Não é urgente chegar
O que é preciso é viver
O que é preciso é viver.
Mafalda Veiga
http://www.youtube.com/watch?v=xCIbqijV9vo
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Cada vez mais me sinto assim -uma criança…que olha para o mundo com admiração carregada de ânsia de viver.
Cada vez mais descubro de mim, sacudo dos olhos a poeira que me incomoda e olho para tudo que é mais assombroso, maior, de mais direito que eu
Vislumbro o raio de luz mais alto que me encandeia, a sombra das folhas que me agasalham o empenho mágico de ser criança .
A ingenuidade das palavras intromete-se na sensação de exiguidade melodiosa que começa a tomar conta do meu discurso choroso.
Querer saber o porquê da mais ínfima coisa e conseguir alcançar tudo aquilo que não consigo, quero…e não chego…vontade e desespero, tudo atafulhado no meu baú de brinquedos.
Ter a sensação que tudo e mais alguma coisa que ainda não conheço está cada vez mais perto…embora oiça, de certo “Aida és pequena…” !
Não deixo de alimentar a minha sede, obcecada por sentar-me no ramo que os meus olhos conseguem tocar quando olho da minha janela…aquele que nos meus sonhos visito antes do orvalho cair sobre a minha pele.
Demoro-me de braços estendidos a esta árvore…um dia, sentada naquele ramo, olharei para onde de hoje te chamo
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Molho-me de ti
Molho-me antes de te sentir
Sinto-te antes de me acordar
Nasço ainda antes de morrer esta tarde que não tarda chegar
Mistura-se a o vento com aquilo que penso
Separa-se a vontade da amálgama do imenso
Intenso, escorrega o frio na minha pele
Tilinta o vazio no esquecer do céu
Esta chuva que encharca a minha mão
A saudade praguejada que ecoa no meu coração
Por quanto mais tempo terei de ficar assim?!
A chuva agora marca a espera de te encontrar aqui
Seja numa primavera, num colapso de Estação
Só queria que estivesses a senti-la na tua mão…como eu
O tempo corre sem dó, parece que ainda não passou
A chuva que outrora era minha e tua, e que já não tem sabor
Agora tudo é mais é mais Inverno, tudo é mais severo
Tudo chama por ti
Tudo grita calado quando o meu sonho acordado faz-me voltar-te a sentir
Agarra hoje a minha mão e sente comigo esta água
Passa-a na minha cara e abraça-me sem que exista esta mágoa
Até que pare de chover e as tuas lágrimas sequem os meus olhos
E mostrem-me que os meus sonhos precisam chover-te mais
Pai!
domingo, 20 de dezembro de 2009
Ao descer as escadas
Pouso a vida nos degraus gastos
Degradados pelos passos desgarrados de quem
Com pressa apressada passa sem querer ouvir
A madeira já esgotada dos choros e gargalhadas que se entranham sem pedir
Num vão corrimão enferrujado descem e sobem palmas de gente
Que se tomam descontentes sem pensar no desalento deste caminho maltratado
Nesga de luz, tu, que sublime esclareces esta saga de destinos….degrau após degrau, descanso e oiço os meus passos na sombra de pedaços de mim...
Quando chegar quero estar lá…onde só tu sabes onde me encontro, ao descer as escadas do mundo e chegar ao outro ponto
Descanso cansado
Hoje cada vez mais o chão da alma me foge por entre os dedos…
Trocam-se os sentidos, arrancam-se as palavras…profundas e cúmplices da entrega impulsiva de segredos num sopro de ti
Olho a distância do que nunca ficou sem mim…sem fim
Um caminho que não se sente sozinho…uma folha que não seca sem ser Outono no caminho
Cobre-me a face o tempo que vem no sabor do escuro…tantas vezes o que resta de um nada inseguro…
Trocamos a verdade mais silenciosa no avesso da promessa… fica mais fácil entregar a alma numa lágrima que se apressa á espera do que vem de peito aberto ainda atrasado
Mesmo sem conseguir num pensamento exprimir tudo aquilo que penso, mudar tudo aquilo que sinto, sentir tudo aquilo que muda…continuo a ser parte da outra margem, com o mesmo som de olhar, sem o mesmo começo mudo que me fazia acreditar mil vezes num só segundo
Muito mais que aquilo que se esconde entre o silencio e a voz, muito mais que a ponte entre o “eu” e o “sou”…uma gota que se agarra ao vento que soprou, agora, como eu, ainda o sente, como tu já o sentiste…como já sentimos nós
É urgente perceber…pintar de céu a cor azul, deixares de ser meu para seres apenas tu
Reage tão fragilmente o talvez que desgarrou o que não se desprendia, longe da guerra feroz que nos domina…
É tão duro aprender que na vida nada se comete a pensar que não se esquece
Marcas que nem o tempo cheio de pedaços de estrada apagava noutro caminho que viesse…
Estendo o tanto do que muda por não estarmos sós, tão perto…tão duro sem sermos um nós …procurando dar o mundo onde guardo tudo aquilo que eu quis salvar, arriscando sem saber se o poderei demonstrar
Os meus dedos exaustos apoiam-se em mim, o chão que foge pára por hoje à beira de ti